A FEAL
História da FEAL
“Um Centro Espírita é uma escola onde podemos aprender a ensinar, plantar o bem e recolher-lhe as graças, aprimorar-nos e aperfeiçoar os outros, na senda eterna.” Psicografia de Chico Xavier por Emmanuel – “O Centro Espírita” Reformador – Janeiro de 1951.
“Verdade lembra estrela
Quebrada em montão de lodo,
Cada pessoa que a busca,
Encontra parte do todo.”
Psicografia de Chico Xavier por Espíritos Diversos no Livro Orvalho de Luz,
trova DA VERDADE E DO PERDÃO por Augusto de Oliveira.
Não podemos falar sobre a história da criação da nossa amada Fraternidade Espírita Amor e Luz, à qual carinhosamente chamamos FEAL, sem citar com imenso respeito e gratidão a casa espírita de onde brilharam os primeiros raios luminosos vindos da espiritualidade em direção à criação da FEAL. Instituição que abrigou, instruiu, revigorou, motivou e preparou os trabalhadores para essa tão importante missão, o Centro Espírita Lírio dos Vales – CELV. Gratidão Eterna.
Sabemos que nada ocorre por acaso. Não existe destino. Somos responsáveis pelas escolhas que fazemos e caminhos que escolhemos. Aos espíritos encarnados existe um planejamento reencarnatório construído pela espiritualidade maior, com possibilidade de experiências que podem ser mais ricas para as atuais necessidades da criatura, porém é escolha seguir ou não.
A história da FEAL começou muito antes do que registram os documentos oficiais que é de vosso conhecimento. Na verdade, a história da FEAL começa até mesmo antes dos fatos que revelaremos nesta narrativa. Como escreve nosso amigo André Luiz: “Nenhuma organização útil se materializa na crosta terrestre, sem que seus raios iniciais partam de cima” (Livro Nosso Lar, cap. 8) e a fundação de uma Casa Espírita também está sujeita a um planejamento do Plano Espiritual. Estamos acostumados a ver o Centro Espírita apenas como o local onde vamos buscar ajuda, consolo, amparo e esclarecimento, e onde se tem um bom ambiente espiritual, apropriado para as reuniões espíritas e não nos damos conta de toda a complexa estrutura espiritual que mantém uma sede de atividades espíritas, no âmbito dos encarnados, para que ela possa atuar nos dois planos da vida.
O Centro Espírita é muito mais do que a casa física que lhe serve de sede. Transcende às paredes, aos muros que o circundam e ao teto que o cobre. Em verdade, o Centro Espírita é um complexo espiritual em que se labora nos dois planos da vida, a física e a extrafísica, e com as duas humanidades, a dos encarnados e a dos Espíritos desencarnados e, em razão disso, as providências e cuidados da Espiritualidade Maior são imensos quanto ao planejamento e a sua organização. Já há muito sabemos que as planificações espirituais antecedem as dos encarnados, por isso se diz, comumente, quando se pensa e projeta uma obra espírita, que esta já estava edificada na Espiritualidade. O que é real e verdadeiro. Os alicerces espirituais, portanto, são “levantados” bem antes, servindo de modelo para a obra que se pretende edificar no plano terreno.
As suas bases, os seus alicerces espirituais assim argamassados farão com que a obra se erga firme na Terra e permaneça de pé vencendo as tormentas e vicissitudes humanas. É “a casa edificada sobre a rocha”, de que nos fala Jesus, capaz de resistir através dos tempos. Mas que só se materializará se a equipe encarnada colocar dia a dia os tijolos do amor e o cimento da perseverança; se os trabalhos ali efetuados manifestarem caridade e desinteresse pessoal, transformando-se assim em nosso templo e lar, hospital e escola.
E com a nossa amada FEAL não foi diferente. Em meados da década de 80 éramos um grupo de espíritas que frequentávamos o CELV. Participamos de muitas atividades, grupos de estudos, reuniões mediúnicas, trabalhos de caridade e sempre nos sentimos muito unidos. Desempenhávamos uma atividade importantíssima que era a entrega de cestas básicas à algumas famílias com insegurança alimentar. Para isso contávamos com a ajuda de muitos empresários e comerciantes locais que nos doavam, geralmente, o que produziam ou comercializavam. Na época auxiliávamos aproximadamente 25 famílias. Realizávamos visitas à penitenciária para falar sobre de Jesus aos irmãos encarcerados. Essas visitas, mais tarde, foram interrompidas por orientação da direção do próprio presídio devido o aumento na sua periculosidade, principalmente após o assassínio do prefeito da época, o Dr.º Silvio Leite. Também realizávamos visitas regulares ao abrigo Maria Lindalva Teixeira de Oliveira, conhecido como Casa do Vovô. Fazíamos a leitura de mensagens, geralmente de O Evangelho Segundo o Espiritismo, seguida de um breve de explanação e compartilhávamos um chá da tarde. Ali fizemos muitos amigos e vivemos momentos muito felizes para todos nós.
Houve um amigo, chamado Oscar, que encabeçou um lindo movimento de capacitação dos espíritas em Roraima. Ele promovia verdadeiras imersões com a presença de grandes personalidades espíritas como Raul Teixeira, Alberto Almeida, Divaldo Franco e outros nomes. Essas imersões podiam ter a sua duração variando entre 3 dias e 2 semanas. Aprendemos, em primeira mão, sobre muitas outras atividades que uma casa espírita tem o potencial para desempenhar como o atendimento fraterno, cursos para palestrantes, as terapias espirituais, e tantos outros serviços dos quais ainda não tínhamos conhecimento. Este foi, sem dúvidas, um período de muito estudo e revigoração. Sentíamos como se a espiritualidade estivesse nos preparando para algo, mas que para nós não era possível entrever ainda.
Embora fossemos muito felizes como trabalhadores do CELV a divisão das grandes sociedades em pequenos núcleos é quase um fenômeno natural. É até aconselhável que esses grandes grupos, se houverem condições favoráveis, criem novos centros em áreas onde não exista a assistência espiritual e que entregue sua administração a um certo número de trabalhadores, para que eles possam aplicar na nova casa aquilo que já aprenderam em termos de Espiritismo.
Em uma de nossas visitas à casa do vovô, no domingo, a inspiração para que fundássemos um novo Centro Espírita veio através da sr.ª Joana. No mesmo dia Joana telefonou a sr.ª Socorro, a sr.ª Hilda e em uma rede de telefonemas logo a ideia já havia conquistado muitos adeptos que, após muito meditarmos sobre o assunto, ao final do seguinte mês novamente nos encontramos na Casa do vovô para inaugurar a consolidação do planejamento espiritual de se formar uma nova Casa Espírita. Combinamos uma reunião para começar a preparar a vinda dessa nova casa espírita na mesma semana, muito havia de ser decidido, a começar pelo nome de referência da nova casa. Durante a reunião houveram várias sugestões de nomes. Para decidir qual adotaríamos escrevemos todas em um flipchart e fizemos uma votação. O mais votado foi FRATERNIDADE ESPÍRITA AMOR E LUZ – FEAL. Só mais tarde nos foi revelado que, no dia da reunião, a sr.ª Socorro acordou com esse nome pulsando em sua mente: FRATERNIDADE ESPÍRITA AMOR E LUZ. Logo contou para a sr.ª Marília que, ao ouvir o nome, logo tomou gosto pelo mesmo.
Joana então lembrou-se de um terreno que pertencia a seu marido, o sr.º Paulo Vissotto, do qual ele pretendia se desfazer. Já no sábado fomos visitar o local. Na região havia um hotel, uma usina de energia e o lavrado rústico com um vento vasto e forte a varrer o chão e rasgar os céus. A primeira visita ao terreno foi marcada por muito emoção e felicidade compartilhadas por todos nós pois foi este o momento que a espiritualidade elegeu para que o mentor espiritual da casa fizesse sua primeira comunicação com uma belíssima mensagem de orientação. Nasceu a FEAL! VIVA DEUS A TODOS!
Compramos o terreno pela quantia de CR$ 5.000.000,00 (Cinco milhões de cruzeiros) e os nossos primeiros esforços coletivos foram direcionados a pagar pelo mesmo. Assim nasceram as nossas famosas feijoadas fraternas. Podemos dizer que, em todas as fases da FEAL, o trabalho foi a força motriz que nos dirigiu. Organizávamos cafés da manhã, chás da tarde, feijoadas, churrascos, desfiles, participávamos de arraiais da prefeitura e do estado e tantas outras coisas. Muitas vezes o marido da Sr.ª Hilda, que era gerente do antigo hotel Boa Vista (atual Aipana Plaza Hotel) nos dava passe livre para a realização de eventos beneficentes dentro das dependências do hotel, geralmente chás da tarde.
Passamos a desenvolver todas as atividades que eram possíveis já no local da nossa sede. Palestras, evangelização, reuniões, todos os sábados fazíamos nosso estudo do evangelho e nossas preces ali naquele terreno. Usávamos tijolos com taboas de madeiras como bancos improvisados. Foi nessa época que fizemos nossa primeira palestra. A casa cheia, todos sentados nos bancos de tijolo. A primeira palestra foi feita pela Sr.ª Socorro com o tema o Amor de Deus. Ali fazíamos as palestras, os estudos da doutrina espírita, estudos do evangelho, instruíamos e convidávamos como cada um a fazer o evangelho no lar, as visitas mensais à casa do vovô, as visitas à penitenciária, eventos beneficentes para a construção da casa.
Durante o planejamento da construção da nossa casa o amigo sr.º Roberto Maçom, que era engenheiro, se ofereceu para prototipar uma maquete. Então na próxima reunião ele traz uma maquete idêntica a como a FEAL é hoje. O Salão mais ou menos no meio do terreno, em formato simples. A princípio essa ideia não agradou a todos de imediato até que, em uma reunião, o mentor faz uma comunicação nos instruindo que “Ali não seria a casa dos ricos em bens materiais, mas dos ricos da necessidade de Deus. A casa dispensará os luxos e priorizará o acolhimento. As pessoas que ali chegassem eram pessoas necessitadas do coração, da alma. Vocês vão trabalhar a alma dos que estão doentes espiritualmente“. O nosso mentor sempre foi muito assertivo em nos orientar quando convinha e todos os trabalhadores estavam muito empenhados e engajados no objetivo de construir a FEAL.
A Sr.ª Verinha foi a primeira presidente da FEAL e foi muito importante para o desenvolvimento da casa, principalmente no bom gerenciamento dos recursos. Cada parede, cada porta e janela, cada telha, cada prego foi conquistado através de muito esforço coletivo. O terreno já possuía o muro, então nós construímos o alicerce da casa, as primeiras paredes, o telhado e, antes mesmo da casa possuir janelas, as pessoas começaram a habitar em maior volume a cidade.
Várias famílias escolheram os entornos da FEAL para fazer suas casas, muitas delas improvisadas em palafitas e lonas. Aos domingos convidávamos essas pessoas a tomar o café da manhã oferecido por nós, trabalhadores. Eram muitos, chegavam a ser 50 ou 60 crianças. Logo após, fazíamos a evangelização. Sempre convidamos as pessoas a fazerem reflexões à luz da doutrina espírita. Nosso primeiro cuidado foi agilizar a construção do piso do salão para que as crianças pudessem sentar no chão com mais segurança e conforto durante a evangelização. Mas antes do piso ainda utilizávamos a estratégia do banquinho de tijolos. Dividíamos os ciclos e cada grupo ocupada um dos quatro cantos do salão. Não possuíamos subsídios para as aulas e fazíamos os planejamentos sempre em conjunto, geralmente nas sextas ou nos sábados de manhã, para que no domingo pudéssemos ministrar a evangelização das crianças e dos pais. Nunca deixamos de envolver os pais nos estudos.
É verdade que nenhuma organização pode se sustentar sem se fundamentar na legislação e em normas básicas de funcionamento. Seria ingênuo de nossa parte achar que o Espiritismo pode mudar o mundo sendo veiculado de forma desordenada e sem um espírito de gerenciamento sério. Somos parte de uma sociedade com leis estabelecidas e devemos atendê-las. Por este motivo a chegada da Sr.ª Dalva, seus filhos e seu marido sr.º Paulo, também engenheiro, foi um marco de grande avanço para a nossa casa. Foi ela quem encabeçou a elaboração do primeiro Edital de convocação para a assembleia de Fundação da nova Fraternidade Espírita, pois até o momento nós havíamos feito muito progresso, mas nada ainda havia sido documentado. Foram pelo menos 2 anos desde os primeiros feitos em direção à materialização da FEAL até o início da regulação documental que apenas pôde ser concluída no final de 1992. A FEAL então foi oficialmente fundada no dia 28 de Novembro de 1992. O primeiro estatuto e o primeiro regimento interno foram construídos em assembleia sob a direção da srª Eumária.
Quando estávamos planejando a nossa inauguração oficial um rapaz comentou que na escola onde ele trabalhava haviam cadeiras disponíveis para doação. Fomos então buscar as cadeiras e, em mutirão, nos reunimos no dia seguinte para fazer um trabalho de restauração nas cadeiras. passamos o sábado inteiro serrando os braços, lixando e limpando para pudessem ficar mais confortáveis para as palestras.
No dia da inauguração, Dr. Alberto Almeida estava na cidade para ministrar um curso. O convidamos para nos agraciar com uma de suas palestras no nosso evento e ele prontamente aceitou. O tema da nossa palestra de inauguração foi: O valor de ser espírita. A casa estava lotada. Uma das primeiras coisas que ele falou foi: “Nessa rua existem 2 usinas de luz. Uma usina de força elétrica materializada e uma usina de força espiritualizada. Essa casa é cheia de luz (…)” enquanto ele falava isso foi possível ver uma luz que vinha do alto e que descia e se espalhava por toda a casa. Atrás dele havia um coral de crianças orquestrado por uma senhora. As paredes pareciam se afastar para abrigar a enorme quantidade de pessoas no outro plano que ali também se reunia para assistir. A Palestra dele foi uma das mais lindas que tivemos o prazer de ouvir e ver. Quando ele terminou ele saiu abraçando todos. Foi verdadeiramente muito lindo. Um dia de festa.
As atividades que ali desempenhávamos ficavam cada vez mais fortalecidas. Ganhamos da Federação a primeira cópia do estudo sistematizado da Doutrina. Os próprios trabalhadores tiravam cópias do conteúdo que seria abordado para distribuir para os presentes pois não tínhamos condição financeira de copiar o livro inteiro. Fazíamos isso pois não era fácil encontrar de maneira acessível conteúdos espíritas pois, naquela época, ser espírita ainda era algo para ser marginalizado. Mas sempre fomos muito orientados pelo plano espiritual sobre como deveríamos nos unir na tarefa.
Hoje a FEAL presta uma série de serviços à comunidade e não só na esfera espiritual, no âmbito material também. A FEAL não é a casa onde ela se abriga, mas, sim, o trabalho que ali se desenvolve, o ambiente que se cultiva e preserva, a organização intemporal que o orienta e assessora, os objetivos e finalidades que o norteiam, o ideal e o sentimento com que o conduzem. Por isso prescinde a FEAL do luxo e do supérfluo para atender à simplicidade e ao conforto que a tornem acolhedora.
As atividades que ali desempenhávamos ficavam cada vez mais fortalecidas. Ganhamos da Federação a primeira cópia do estudo sistematizado da Doutrina. Os próprios trabalhadores tiravam cópias do conteúdo que seria abordado para distribuir para os presentes pois não tínhamos condição financeira de copiar o livro inteiro. Fazíamos isso pois não era fácil encontrar de maneira acessível conteúdos espíritas pois, naquela época, ser espírita ainda era algo para ser marginalizado. Mas sempre fomos muito orientados pelo plano espiritual sobre como deveríamos nos unir na tarefa.
Hoje a FEAL presta uma série de serviços à comunidade e não só na esfera espiritual, no âmbito material também. A FEAL não é a casa onde ela se abriga, mas, sim, o trabalho que ali se desenvolve, o ambiente que se cultiva e preserva, a organização intemporal que o orienta e assessora, os objetivos e finalidades que o norteiam, o ideal e o sentimento com que o conduzem. Por isso prescinde a FEAL do luxo e do supérfluo para atender à simplicidade e ao conforto que a tornem acolhedora.
O Mentor
O mentor da Fraternidade Espírita Amor e Luz é um espírito que sempre se apresentou à nós sob a identidade de um indígena por nome Ari Trememberê que viveu no Brasil colonial, especificamente no baixo amazonas. Nessa existência ele nasceu em uma grande tribo ondem haviam muitos conflitos internos e a sua missão de vida foi apaziguar e unir a todos para que pudessem viver em harmonia. A sua aparência é a de um indígena alto e esbelto. Possui um cocar lindo na cabeça de cor azul e verde cujo as penas são como luzes que irradiam de sua cabeça rumo ao alto.
A sua missão está diretamente ligada à evolução espiritual do Brasil. Ele sempre solicita que todos os trabalhadores da casa fiquem em prece constante pelo Brasil. Antes de todo grande acontecimento, no Brasil e no mundo, ele se comunica nos orientando a repousar mais cedo no sono físico e a fazer preces em prol da humanidade: “Aqueles que estiverem preparados, mesmo os que são considerados visitantes da casa, se também estiverem preparados poderão nos ajudar nos trabalhos espirituais”.
O nosso mentor é um espírito que trabalho muito, espiritualmente, pela evolução do Brasil. Mas ele não está só nesta missão, sua equipe também trabalha e está sempre a nos intuir no caminho do bem. É muito comum ver, espiritualmente, muitos espíritos indígenas sobre a FEAL, guardando e protegendo a casa.
Mentor espiritual da Fraternidade Espírita Amor e Luz